O Sindicalismo Rural Brasileiro em Pernambuco teve seu início pela zona da mata, área de grande contingente populacional herdeiros do resíduo da escravidão negra do Brasil. Simultaneamente se estendeu pelo o Agreste e o Sertão de Pernambuco onde os trabalhadores do campo agricultores sofria as consequências da falsa parceria agrícola e o sistema de meia 50%  da produção agrícola colhida.

 A zona da mata uma faixa do litoral nordestino que se estende pelos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte. Sua vegetação original que era constituída pela mata atlântica esta hoje quase toda devastada para o plantio da cana de açúcar.

PREDOMINAÇÃO

Predominava na zona da mata o denominado Engenho Banguê, este que produzia cana de açúcar e fabricava o açúcar bruto ou chamado açúcar preto. Até o início da década de 40 residia no engenho banguê três categorias de trabalhadores rurais.

 A primeira categoria – O pequeno lavrador de cana de açúcar no sistema de mais 50% e 50%.

 A segunda categoria – Morador foreiro, sistema de arrendamento rural;

 A terceira categoria – Condiceira.

 Convém abordar que o pequeno lavrador de cana e o foreiro eram conhecidos como classe média rural em comparação com a terceira categoria, isto é, a condiceira que era conhecida por classe baixa e explorada. Convém dizer que o dono do engenho sedia parte de suas terras ao pequeno lavrador e ao foreiro, porque cana e açúcar era tão barato que eles achavam que era mais vantajoso ceder parte de suas terras a pequeno lavrador e ao foreiro do que plantar cana própria.

 O pequeno lavrador recebia uma grande área de terra e plantava com cana 50% do açúcar colhido era do dono do engenho e 50% do trabalhador meeiro. As despesas desde o plantio da cana até a mesma chegar ao pé da moenda para ser esmagada, era por conta do trabalhador o dono do engenho só se responsabilizava com as despesas do fabrico do açúcar no seu engenho. O pequeno lavrador vivia bem com sua família em comparação a terceira categoria.

O foreiro morava em um sítio da fazenda não cultivava cana, só cultivava lavoura branca e a criação de pequenos e médios animais até uma vaca na corda no dia 08 de dezembro comparecia na casa grande da fazenda para efetuar o pagamento do foro ou o arrendamento da área que ocupava com a família e trabalhava.

 A terceira categoria era chamada de eiteira ticuqueira, tinha como herança a dor o preço da injustiça e o terror, não tinha nome, não tinha vez, não tinha voz, não tinha sindicato que o defendesse, trabalhava 10, 11 até 12 horas por dia para receber uma mísera quantia e não via nem a cor do dinheiro, recebia através de um vale para comprar no barracão do próprio engenho, mercadoria de péssima qualidade e mais cara do que em qualquer outro lugar.

 Vestia roupa de saco porque não podia comprar uma roupa nova todo ano, e quando comprava a que já tinha não cabia mais de tantos remendos. Não era todo ano que comprava uma alpercata de sola fedorenta para ir a missa do Natal com ela. Não tinha lei trabalhistas que o protegesse não tinha direito trabalhista quando era despedido, nem agrário e nem tampouco previdenciário.

VEJA AINDA:

O SINDICALISMO RURAL PERNAMBUCANO NA:

DÉCADA DE 40

DÉCADA DE 50

DÉCADA DE 60