Quando Euclides faleceu eu estava no exterior de férias, com escasso acesso à internet. Em uma lan-house no meio do mundo, fiquei triste. Me veio o passado riquíssimo de descobertas no Nordeste e o rosto de Euclides,aquele olhar vivo e risonho, me apareceu, impressionantemente nítido. Em minha memória, foi o primeiro “camponês” com que tive contato direto. Ele deu um “show de bola político” diante das jovens pesquisadoras, atendendoum trabalhador que viera ao sindicato pedir remédios, a receita do médico nas mãos. Euclides: “- Eu vou passar a receita do que você precisa para essa doença: arroz, feijão, carne…” etc, etc. Fez uma fala que me deixou de boca aberta, emocionada e entusiasmada. Então isso existia, em plena ditadura? Enfim, foi a minha entrada em campo. É só pra dar meu testemunhoe dizer que Euclides nunca saiu de minha memória.
[box] Em 11 de fevereiro de 2012 em conversa com colegas do Museu Nacional do Rio de Janeiro por e-mail.[/box]